sexta-feira, 17 de julho de 2015

Ética na visão Aristotélica

Por: Lourdes Elizabeth e Juliana Keila


A filosofia desenvolvida por Aristóteles, filósofo considerado criador do pensamento lógico e pioneiro em usar o termo “ética” no sentido que empregamos até hoje (MARCONDES, 2007, p.38) não se distancia, em grande parte, da nossa realidade atual, modos de conceber o mundo e atuar sobre ele.
Para Aristóteles, como nos dias de hoje, a ética é um estudo sistemático sobre as normas e os princípios que regem a ação humana e com base nos quais essa ação é avaliada em relação a seus fins. Podemos observar na figura abaixo que, como sugere Marcondes (2007, p.39), a ética seria o bloco principal para o conhecimento, pois nesse bloco estão todas as regras e princípios que devemos ter antes de cometer uma ação.


Muitos dos seus escritos permanecem latentes em nosso cotidiano. Para Aristóteles, a virtude pode ser ensinada e esse ensinamento é um dos objetivos centrais da filosofia. Ele acreditava que a virtude, os bons hábitos e costumes de homens e mulheres, pode ser ensinada por meio da educação. A virtude não é inata, mas resulta do hábito, é necessário praticá-la, exercê-la efetivamente para nos tornarmos virtuosos.
Tal princípio pode ser claramente observado em nossa sociedade, podemos elencar, de forma prática, alguns exemplos em que é possível relacionar esses saberes filosóficos ao cotidiano. O Escotismo, por exemplo, fundado por Lorde Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, em 1907, é um movimento mundial, educacional, voluntariado, apartidário, sem fins lucrativos. A sua proposta é o desenvolvimento do jovem, por meio de um sistema de valores que prioriza a honra, baseado na Promessa e na Lei escoteira, e através da prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre, fazer com que o jovem assuma seu próprio crescimento, tornar-se um exemplo de fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina (Escoteiros do Brasil, ?). 


Outro pressuposto ético concebido por Aristóteles é a doutrina do meio termo. Esse é um dos princípios fundamentos da ética de Aristóteles, preconiza que a ação correta seria evitar os extremos. A sabedoria de forma prática é a capacidade de discernir uma medida moderada. A moderação é a característica do indivíduo equilibrado no sentido ético.
De acordo com Marcondes (2007, p. 47), a noção de felicidade é central à ética aristotélica, sendo caracterizada por esse motivo como “ética eudaimônica”. Eudaimonia pode ser entendido como bem estar em relação a algo que se realiza. A felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como este bem supremo, pois a escolhemos sempre por si mesma.
As honrarias, o prazer, a inteligência e todas as outras formas de excelência são almejadas e vivenciadas por nós com o intuito de que através delas poderemos ser felizes.  Buscamos sempre uma finalidade que ultrapassa o que tais excelências podem nos proporcionar por si mesmas. Assim, não podem ser consideradas um bem supremo, de acordo com a ética aristotélica.
Deste modo, se, por exemplo, estabelecemos como meta para nossa vida concluir um curso superior, a definimos visando outras conquistas que serão provenientes dessa realização, como um emprego melhor ou uma boa remuneração. A conclusão do curso por si mesma não representa um bem final ao qual buscamos alcançar. Através de um processo do qual a conclusão do curso é apenas um elemento, chegaremos ao bem supremo, denominado pela ética aristotélica como a felicidade.
Os pressupostos aristotélicos que podem ser visualizados no nosso cotidiano ultrapassam os exemplificados neste texto. Mas a partir dos que foram apresentados, podemos pensar muitos outros aspectos e exemplos que dialogam entre nosso modo de conceber a vida, nossa existência e a atuação sobre o mundo em que vivemos e as notas de aulas com as quais Aristóteles contemplou a Filosofia e a Humanidade como um todo.

Referências
MARCONDES, Danilo Descartes In Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. Cap. 2, p.37-73

Escoteiro do Brasil: Construindo um mundo melhor. Disponível em: <www.escoteiros.org.br/escotismo> Acesso em: 8 jun. 2015.

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