Por: Lourdes Elizabeth e Juliana Keila
A
filosofia desenvolvida por Aristóteles, filósofo considerado criador do
pensamento lógico e pioneiro em usar o termo “ética” no sentido que empregamos
até hoje (MARCONDES, 2007, p.38) não se distancia, em grande parte, da nossa
realidade atual, modos de conceber o mundo e atuar sobre ele.
Para
Aristóteles, como nos dias de hoje, a ética é um estudo sistemático sobre as
normas e os princípios que regem a ação humana e com base nos quais essa ação é
avaliada em relação a seus fins. Podemos observar na figura abaixo que, como
sugere Marcondes (2007, p.39), a ética seria o bloco principal para o conhecimento,
pois nesse bloco estão todas as regras e princípios que devemos ter antes de cometer
uma ação.
Muitos
dos seus escritos permanecem latentes em nosso cotidiano. Para Aristóteles, a
virtude pode ser ensinada e esse ensinamento é um dos objetivos centrais da
filosofia. Ele acreditava que a virtude, os bons hábitos e costumes de homens e
mulheres, pode ser ensinada por meio da educação. A virtude não é inata, mas resulta do hábito, é
necessário praticá-la, exercê-la efetivamente para nos tornarmos virtuosos.
Tal
princípio pode ser claramente observado em nossa sociedade, podemos elencar, de
forma prática, alguns exemplos em que é possível relacionar esses saberes
filosóficos ao cotidiano. O Escotismo, por
exemplo, fundado por Lorde Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, em 1907, é um
movimento mundial, educacional, voluntariado, apartidário, sem fins lucrativos.
A sua proposta é o desenvolvimento do jovem, por meio de um sistema de valores
que prioriza a honra, baseado na Promessa e na Lei escoteira, e através da
prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre, fazer com que o jovem
assuma seu próprio crescimento, tornar-se um exemplo de fraternidade, lealdade,
altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina (Escoteiros do Brasil, ?).
Outro
pressuposto ético concebido por Aristóteles é a doutrina do meio termo. Esse é
um dos princípios fundamentos da ética de Aristóteles, preconiza que a ação
correta seria evitar os extremos. A sabedoria de forma prática é a capacidade
de discernir uma medida moderada. A moderação é a característica do indivíduo
equilibrado no sentido ético.
De
acordo com Marcondes (2007, p. 47), a noção de felicidade é central à ética
aristotélica, sendo caracterizada por esse motivo como “ética eudaimônica”.
Eudaimonia pode ser entendido como bem estar em relação a algo que se realiza.
A felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como este bem supremo, pois a
escolhemos sempre por si mesma.
As
honrarias, o prazer, a inteligência e todas as outras formas de excelência são
almejadas e vivenciadas por nós com o intuito de que através delas poderemos
ser felizes. Buscamos sempre uma
finalidade que ultrapassa o que tais excelências podem nos proporcionar por si
mesmas. Assim, não podem ser consideradas um bem supremo, de acordo com a ética
aristotélica.
Deste
modo, se, por exemplo, estabelecemos como meta para nossa vida concluir um
curso superior, a definimos visando outras conquistas que serão provenientes
dessa realização, como um emprego melhor ou uma boa remuneração. A conclusão do
curso por si mesma não representa um bem final ao qual buscamos alcançar.
Através de um processo do qual a conclusão do curso é apenas um elemento,
chegaremos ao bem supremo, denominado pela ética aristotélica como a
felicidade.
Os
pressupostos aristotélicos que podem ser visualizados no nosso cotidiano ultrapassam
os exemplificados neste texto. Mas a partir dos que foram apresentados, podemos
pensar muitos outros aspectos e exemplos que dialogam entre nosso modo de
conceber a vida, nossa existência e a atuação sobre o mundo em que vivemos e as
notas de aulas com as quais Aristóteles contemplou a Filosofia e a Humanidade
como um todo.
Referências
MARCONDES,
Danilo Descartes In Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de
Janeiro: Zahar, 2007. Cap. 2, p.37-73
Escoteiro
do Brasil: Construindo um mundo melhor. Disponível em: <www.escoteiros.org.br/escotismo>
Acesso em: 8 jun. 2015.
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